Lunda Tchokwe
Tradutor/Translation
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Adivinha Tshokwe V
Yia marya, ryé, kachiku mina, ku sanza?’’ (Quem é que come, come e não engole, só vomita)‘’Lusumu’’ (A ventosa).
‘’Lunga muka kachi kurya chima á hika mapó, mária wika a-neza ku mahió. Yia?’’ (Qual é o homem que não come o pirão que as mulheres cozinham e só come aquilo que vem da sua terra?)‘’Uta’’ (A espingarda, que só come pólvora).
quarta-feira, 25 de maio de 2011
PENETRAÇÃO EUROPÉIA NA LUNDA ATÉ 1890 E A CHEGADA ...
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Obras no Aeroporto do Dundo de 2007 à 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Depois do desemprego de mais de 200 jovens!
As obras de construção do novo hospital provincial da Lunda-Norte, paralisadas há cerca de dois anos, vão ser retomadas nos próximos dias, depois de reavaliadas as questões financeiras e contratuais com as empresas de construção civil envolvidas na empreitada, anunciou na segunda-feira, no Dundo, o vice-governador provincial para Infra-estruturas e Serviços Técnicos.
Os critérios de financiamento estipulam a obrigatoriedade de se identificar uma empresa chinesa para dar continuidade e conclusão às obras. É com base nesses pressupostos, explicou Lino dos Santos, que foi identificada a empresa PAN-CHINA, que actualmente está a construir a nova centralidade do Dundo e com a qual foi assinado um memorando de entendimento aquando da visita do Vice-Presidente da República à Lunda-Norte.
No entanto, na fase de apresentação do orçamento que permitiria a adjudicação formal do projecto com assinatura do contrato, a empresa PAN-CHINA mostrou-se indisponível, tendo alegado que o sistema de construção aplicado no início da obra não era adequado ao seu padrão de construção, tudo porque a obra começou com uma construtora portuguesa.
A questão das diferenças entre os sistemas e tecnologia de construção entre as empresas portuguesas e chinesas, disse Lino dos Santos, obrigou o governo provincial a levar o assunto ao conhecimento do Gabinete do Vice-Presidente da República e dos Ministérios do Planeamento e da Saúde.
O governo provincial, explica o vice-governador, vai discutir a situação das obras do hospital durante a visita da ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, prevista para os dias 18 e 19 deste mês.
“Vamos conversar com a ministra sobre a empresa que vai assumir a obra, se vai apenas concluir o edifício do hospital ou incluirá outras infra-estruturas complementares, como é o caso das residências dos médicos”, adiantou.
Lino dos Santos não descarta a possibilidade da empresa Sol Dourado vir a reassumir a obra, tendo em conta a questão da diferenciação dos padrões e tecnologia de construção entre empresas portuguesas e chinesas. “É uma possibilidade, mas isso passaria por uma fase de renegociações com a referida empresa, na eventualidade de vir a concluir apenas a estrutura do próprio hospital”, afirmou.
Questionado sobre as razões da rescisão do contrato com a Sol Dourado, esclareceu que a situação resulta da incapacidade do governo provincial em continuar a financiar a construção do hospital, tendo em conta os escassos recursos financeiros de que dispõe e, sobretudo, da dimensão e dos custos da obra.
Linha de crédito
O recurso à linha de crédito da China, sublinhou, foi a melhor via encontrada para que o governo possa levar por diante a construção daquela que vai ser a maior infra-estrutura hospitalar da região leste do país. Esclarece também que “a rescisão do contrato propriamente dito com a Sol Dourado ainda não se concretizou. O assunto envolve outras questões que estão a ser tratadas ao pormenor pelas áreas jurídicas do governo provincial e da referida empresa”.
O novo hospital provincial da Lunda-Norte, concebido para 350 camas, é constituído por 13 blocos, que vão albergar diferentes serviços hospitalares, com realce para a urologia, oftalmologia, neonatologia, radiologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, medicina geral, Raio X, laboratório de análises clínicas e o centro de aconselhamento e testagem voluntária de VIH/Sida.
O projecto contempla, igualmente, a construção de oito residências para médicos, um parque de estacionamento para mais de 20 viaturas, zonas vedes e espaços de lazer.
A paralisação das obras do hospital provincial, desde Junho de 2009, levou ao desemprego mais de 200 jovens angolanos, que trabalhavam nas diferentes especialidades de construção civil.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Sona "ilustração" 2
Sona "ilustração" 1
Um dia, o Sol foi visitar Deus. Deus deu um galo ao Sol e disse: «Volta cá amanhã de manhã antes de partires». No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou o Sol. Quando o Sol se apresentou diante de Deus, este disse-lhe: «Tu não comeste o galo que te dei para o jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar todos os dias.» É por isso que o Sol dá a volta à Terra e reaparece todas as manhãs.
A Lua também foi visitar Deus e recebeu um galo de presente. No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou a Lua. Mais uma vez, Deus disse: «Tu não comeste o galo que te dei para o jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar a cada vinte e oito dias.» É por isso que o ciclo da Lua dura vinte e oito dias.
O ser humano também foi visitar Deus e recebeu um galo de presente. Mas o humano estava com fome depois de ter feito uma tão longa viagem e comeu parte do galo ao jantar. Na manhã seguinte, o Sol já ia alto no céu quando o humano acordou, comeu o resto do galo e apressou-se a visitar Deus. Deus disse-lhe: «Eu não ouvi o galo cantar esta manhã.» O humano respondeu-lhe a medo: «Eu estava com fome e comi-o.» «Está bem,» disse Deus, «mas escuta: tu sabes que o Sol e a Lua estiveram aqui, mas nenhum deles matou o galo que lhes dei. É por isso que eles nunca morrem. Mas tu mataste o teu, e por isso deves também morrer. Mas quando morreres deves regressar aqui.»
E assim acontece.
Yipepela “filtro de amor”
O etnógrafo português José Redinha, que viveu longos anos entre os Tchokwe, disse que, por vezes se desencadeiam paixões. Prova disso é um filho “filtro de amor”, do qual anotou-se a composição que foi dado na altura da descrição de um tamborete recolhido no sul do distrito da Lunda. Entre as carótides que ornamentam os pés deste está representada uma mwana cimbinda, mulher com um só olho, um seio e um braço. Esta malformação congénita provém do facto da sua mãe ter preparado um filtro yipepela para conquistar (hanga amuzange) o homem amava e o ter colocado na palha do telhado da casa dele. Para fazer isto, a mulher foi para a savana e penetrou na cabana em mutenji onde são conservadas as mascara, local que era estritamente proibido. Aí cortou com uma faca um pedaço de um fragmento (lupelo) de cegonha nange, depequeno pássaro da savana tchiselele, de pangolim lukaka, de sanguessuga nzambo (pela sua forte aderência) e de um animal kaginga meya que não conseguimos identificar. Tudo isto foi misturado com argila vermelha mukundo, a mistura foi posta a cozer com óleo numa pequena caçarola de terra (yimbia), e depois colocada no fundo de uma cabaça (lembu) que a apaixonada colocou no local desejado. Quando o proprietário da mascara (mukishi) se a percebeu do que havia sido feito ao seu trajo, amaldiçoou (mashingana) o sacrilégio. Foi assim que a culpada deu à luz uma mwana cimbinda disforme.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Os Tchokwe são polígamos. O seu primeiro casamento é normalmente arranjado pelas famílias (assoko) que unem de preferência primos cruzados. O "preço da noiva" (cihako) é mínimo. Antigamente, era uma enxada, um prato, um bocado de pano ou outras pequenas coisas. A primeira esposa guarda durante toda sua vida o estatuto de esposa principal. Ela assume preponderância sobre as e conhece todos os segredos do seu marido. Ajuda-o na celebração dos ritos religiosos.
Assim, a esposa principal de um chefe de região (mwanangana), denominado namata ou mwata mwari, que não tivesse a seu cargo nenhum trabalho material, participava nas cerimónias de investidura. Estas acabavam pelo acasalamento ritual dos esposos, assegurando desta forma a chefatura a fecundidade de todo o género (filhos, colheitas, caça).
Do coito, que simboliza o casamento. As relações sexuais são vistas por este povo como uma dança, aprendida pelas adolescentes na altura dos ritos de iniciação. Referimos que a posição ideal dos esposos era deitados de lado. Mas claro que conhecem outras, como sugerem algumas esculturas que ornamentam as cadeiras.Uma vez que casamento (kumbata pwo) é arranjado pelas famílias, entre primos cruzados, os noivos conhecem-se, em princípio, desde há muito tempo. São excluídas as uniões entre primos paralelos, filhos de dois irmãos ou de duas irmãs; são igualmente permitidas, e mesmo desejadas, as uniões entre musonhy, filho do irmão da mãe ou filha da irmã do pai e vice-versa. Vimos que, aquando das primeiras relações sexuais, os recém-casados devem ficar satisfeitos um com o outro.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Lundas e Tchokwes
Há muitos séculos atrás tinham sido um povo só. Lundas e tchokwes saíram do mesmo núcleo, a grande diferença é que os Lunda ficam no seu território desde sempre, os tchocwe transformam-se num grupo de extrema mobilidade que a partir do século XVI percorre todo o país. São essencialmente caçadores e comerciantes saindo, por isso, em busca de marfim borracha, etc. Essa extrema mobilidade não lhes permite desenvolver estruturas políticas tão pesadas como era a hierarquia da Mussumba, por isso fazem aquilo que se chama a diáspora Tchokue, inflectem para o sul, dividem os Nganguela ao meio. Angola tem Tchokwe em todo o território. No final do século XIX os Tchokwe regressam ao seu território de origem, tomam, militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas instituições. As duas realidades Tchokwe no século XIX misturam-se outra vez. A invasão Tchokue é coincidente com a conferência de Berlim, e o traçar das fronteiras em África leva a que do lado de Angola fiquem misturados Lundas e Tchokwes, mas a Mussumba do Matchiamvua que era a sede do poder Lunda fica do lado do Zaire por imperativos da conferência de Berlim.
http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/pepetela/tchokwes.html