Lunda Tchokwe

Os Tchokwe / Chokwe desfrutam de uma admirável tradição de esculpir máscaras, esculturas e outras figuras. A sua arte inventiva e dinâmica, é representativa das várias facetas inerentes a sua vida comunitária, dos seus contos míticos e dos seus preceitos filosóficos. As suas peças de arte gozam de um papel predominante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem para a fase adulta, a celebração de uma colheita nova ou ainda o início da estação de caça. O nome Tshokwe apresenta algumas variantes (Tchokwe, Chokwe, Batshioko, Cokwe) e, entre os portugueses, ficaram conhecidos por Quiocos . "Nesta pagina podemos usar qualquer variante do nome Tshokwe (acima referido)"

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Adivinha Tshokwe V


Yia marya, ryé, kachiku mina, ku sanza?’’ (Quem é que come, come e não engole, só vomita)‘’Lusumu’’ (A ventosa).
‘’Lunga muka kachi kurya chima á hika mapó, mária wika a-neza ku mahió. Yia?’’ (Qual é o homem que não come o pirão que as mulheres cozinham e só come aquilo que vem da sua terra?)‘’Uta’’ (A espingarda, que só come pólvora).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

PENETRAÇÃO EUROPÉIA NA LUNDA ATÉ 1890 E A CHEGADA ...

Comissão do Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda - ANGOLA: PENETRAÇÃO EUROPEIA NA LUNDA ATÉ 1890 E A CHEGADA ...: "A PENETRAÇÃO EUROPEIA NA LUNDA ATÉ 1890 E A CHEGADA DE TCHINGÚRI ENTRE 1630-1635 EM LUANDA VINDO DA MUSSUMBA DO IMPÉRIO LUNDA A..."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Obras no Aeroporto do Dundo de 2007 à 2011


Tudo Começou assim;

Província da Lunda Norte terá novo aeroporto
Dundo, 20/07 - O vice-ministro dos Transportes, Hélder Preza, anunciou hoje, no Dundo, província da Lunda Norte, a construção, a longo prazo, de um aeroporto nesta cidade, no quadro do programa do Governo central, que prevê a edificação de 24 aeroportos em todo o país.
Segundo Hélder Preza, o actual aeroporto é inseguro por se encontrar circundado por obstáculos que perigam a navegação aérea. O aeroporto está interditado há 10 dias e a sua reabertura depende da conclusão da desmontagem da antena de 84 metros
da Movicel, que dista a três quilómetros da pista.
As outras duas antenas da operadora de telefonia movel, Unitel, que também condicionavam as aterragens, foram já retiradas.
Actualmente, os passageiros do Dundo deslocam-se à cidade de Saurimo, província da Lunda Sul, e à vila mineira do Nzage, 300 e 90 quilómetros, respectivamente,
para embarcarem para Luanda.
Hélder Preza visitou o antigo aeroporto do Chitato, paralisado há mais de 20 anos, devido a progressão das ravinas, e uma área a 15 quilómetros da cidade do Dundo, para a avaliação das condições e estudos de viabilidade financeira, visando a implementação do projecto.
Fonte: Angop

abril 20, 2008
Aeroporto da cidade do Dundo reabre na próxima semana
O aeroporto do Dundo, na província da Lunda-Norte, que se encontra encerrado há mais de 15 dias, vai reabrir dentro de uma semana, de acordo com o director provincial dos Transportes e Telecomunicações, André João Mutunda.
O responsável dos Transportes na Lunda-Norte, que falava quarta feira, à margem da segunda reunião do governo da província, disse que o seu pelouro encetou contactos junto do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC) e da Enana para a solução urgente do problema que provocou o encerramento do aeroporto.
Ainda de acordo com o responsável, o governo da Lunda-Norte, em parceria com a Enana, já criou condições para o arranque da operação tapa buracos e tudo leva a crer que dentro de sete dias os trabalhos estejam concluídos e a capital da Lunda-Norte volte a receber voos das duas companhias que operam na província, respectivamente a TAAG e a Air Gemini.
Para se deslocar do Dundo para Luanda ou vice-versa, os passageiros estão a escalar a vila mineira do Nzagi, no município do Cambulo, ou a cidade de Saurimo, província da Lunda-Sul, que distam cerca de 90 e 300 quilómetros, respectivamente.

30-06-2009
Aeroporto do Dundo em reabilitação
Dundo - A pista do aeroporto do Dundo na província da Lunda Norte, há um ano interdito para aviões de grande porte, vai atingir dois mil 500 metros de comprimento até Março de 2010 como resultado da sua actual reabilitação.
A pista com mil 800 metros de comprimento e 20 de largura vai ser aumentada também em 35 metros de uma berma a outra - anunciou hoje o director provincial da Enana, Domingos José.
O responsável disse que faz parte do projecto a construção de um novo edifício com um piso com novas salas de espera e protocolar, restaurantes e operações aéreas.
Segundo Domingos José, durante a reabilitação, os aviões de pequeno porte continuarão a aterrar no aeroporto do Dundo. Depois de concluídas as obras, os voos aeronaves de grande porte será reposto e haverá melhores condições de navegação aérea.
Na rota Dundo Luanda cobra-se o equivalente em Kwanza 250 dólares por viagem em aviões de pequeno porte.
Fonte: Angop

08-09-2010
Aeroporto do Dundo estará concluído em 2011
Luanda - As obras de reabilitação do aeroporto do Dundo (Lunda Norte) poderão estar concluídas no próximo ano, disse segunda-feira, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA), Manuel Ferreira de Ceita.
Em declarações à Angop, o PCA da ENANA esclareceu que “apesar de já terem iniciado as obras de reabilitação e extensão da pista do aeroporto do Dundo, e de os valores para a conclusão das obras não terem sido cabimentados no Programa de Investimentos Públicos (PIP) deste ano, espera-se a sua conclusão para 2011”.
Desta feita, considerou, todas as tarefas que não forem realizadas no decorrer do ano em curso serão inscritas no PIP do próximo ano.
Anunciou, por outro lado, que foram já aprovados os projectos conceptuais, para os terminais de Saurimo (Lunda Sul) e do Luena (Moxico), estando já em curso os respectivos concursos para o projecto executivo.
A ENANA vive, desde 2008, um processo de reabilitação, modernização e apetrechamento de cerca de 30 aeroportos de grande, média e pequenas dimensões a nível do país, tendo em conta as exigências da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO).
O projecto, avaliado em cerca de 400 milhões de dólares, está a ser paulatinamente disponibilizado pelo Estado, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos, dando seguimento aos esforços do Governo tendentes à integração regional.
Fonte: Angop

Actualmente está assim;
08/5/2011
Obras no aeroporto do Dundo param por razões financeiras
A população da cidade do Dundo, província da Lunda-Norte, está preocupada com os atrasos significativos que se registam na reabilitação e ampliação da pista do aeroporto do Camaquenzo, cujas obras se encontram paralisadas desde finais de 2008, devido a falta de financiamento.
A ansiedade da população aumenta com a interdição, há cerca de um mês, dos voos da única companhia de aviação que opera na província.
A medida tomada pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC) está a privar as pessoas de viajar para Luanda em serviço, negócios, tratamento médico e até mesmo estabelecer ponte para o exterior do país.
O director provincial dos transportes, correios e telecomunicações da Lunda-Norte, José Rosa, explicou que a interdição da pista do Dundo a aviões de maior porte, se enquadra na estratégia da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENANA), que visa a reabilitação e ampliação das infra-estruturas aeroportuárias do país.
O responsável justificou que a falta de recursos financeiros para a conclusão das obras do aeroporto, foi motivada pela crise económica mundial.
A ENANA, adiantou, está engajada na mobilização de meios financeiros que vão permitir a conclusão das obras iniciadas em 2008.
Admitiu que o aeroporto apresenta um estado bastante acentuado de degradação, desde o terminal de passageiros até à própria pista, o que levou ao impedimento da aterragem de aviões de grande porte.
O funcionário da ENANA afirmou que as autoridades estão a envidar esforços junto das estruturas centrais, para que, ainda este ano, a prossecução da reabilitação das obras possa acontecer.
Actualmente a pista tem 1.800 metros de comprimentos e com a sua amplificação, pretende-se que ela tenha 2.500 metros de comprimento e 35 de largura.
Está também projectada a construção de um novo edifício, com um piso que albergará a sala de embarque, área protocolar, restaurantes e operações aéreas.

Só para salientar o seguinte: na rota Dundo Luanda desde 2008 até a data presente, cobra-se o equivalente em Kwanza 250 dólares por viagem em aviões de pequeno porte, contrario de 130 dólares anteriormente cobrados em aviões de grande porte.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Depois do desemprego de mais de 200 jovens!


As obras de construção do novo hospital provincial da Lunda-Norte, paralisadas há cerca de dois anos, vão ser retomadas nos próximos dias, depois de reavaliadas as questões financeiras e contratuais com as empresas de construção civil envolvidas na empreitada, anunciou na segunda-feira, no Dundo, o vice-governador provincial para Infra-estruturas e Serviços Técnicos.

De acordo com Lino dos Santos, em função das constantes alterações ao projecto inicial feitas pela empresa Sol Dourado, que começou a construção do empreendimento em 2006, o orçamento actual é estimado em 55 milhões de dólares. Estes valores vão ser financiados pela linha de crédito da China, no quadro do programa de investimentos do Ministério da Saúde. O vice-governador Lino dos Santos disse que, apesar das garantias já dadas pelas estruturas centrais do Executivo sobre a disponibilização das verbas para a retomada das obras do hospital provincial, há ainda acertos a fazer, relativamente à definição da empresa que vai assumir a empreitada e a sequência ou não do padrão de construção inicialmente adoptado.
Os critérios de financiamento estipulam a obrigatoriedade de se identificar uma empresa chinesa para dar continuidade e conclusão às obras. É com base nesses pressupostos, explicou Lino dos Santos, que foi identificada a empresa PAN-CHINA, que actualmente está a construir a nova centralidade do Dundo e com a qual foi assinado um memorando de entendimento aquando da visita do Vice-Presidente da República à Lunda-Norte.
No entanto, na fase de apresentação do orçamento que permitiria a adjudicação formal do projecto com assinatura do contrato, a empresa PAN-CHINA mostrou-se indisponível, tendo alegado que o sistema de construção aplicado no início da obra não era adequado ao seu padrão de construção, tudo porque a obra começou com uma construtora portuguesa.
A questão das diferenças entre os sistemas e tecnologia de construção entre as empresas portuguesas e chinesas, disse Lino dos Santos, obrigou o governo provincial a levar o assunto ao conhecimento do Gabinete do Vice-Presidente da República e dos Ministérios do Planeamento e da Saúde.
O governo provincial, explica o vice-governador, vai discutir a situação das obras do hospital durante a visita da ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, prevista para os dias 18 e 19 deste mês.
“Vamos conversar com a ministra sobre a empresa que vai assumir a obra, se vai apenas concluir o edifício do hospital ou incluirá outras infra-estruturas complementares, como é o caso das residências dos médicos”, adiantou.
Lino dos Santos não descarta a possibilidade da empresa Sol Dourado vir a reassumir a obra, tendo em conta a questão da diferenciação dos padrões e tecnologia de construção entre empresas portuguesas e chinesas. “É uma possibilidade, mas isso passaria por uma fase de renegociações com a referida empresa, na eventualidade de vir a concluir apenas a estrutura do próprio hospital”, afirmou.
Questionado sobre as razões da rescisão do contrato com a Sol Dourado, esclareceu que a situação resulta da incapacidade do governo provincial em continuar a financiar a construção do hospital, tendo em conta os escassos recursos financeiros de que dispõe e, sobretudo, da dimensão e dos custos da obra.

Linha de crédito
O recurso à linha de crédito da China, sublinhou, foi a melhor via encontrada para que o governo possa levar por diante a construção daquela que vai ser a maior infra-estrutura hospitalar da região leste do país. Esclarece também que “a rescisão do contrato propriamente dito com a Sol Dourado ainda não se concretizou. O assunto envolve outras questões que estão a ser tratadas ao pormenor pelas áreas jurídicas do governo provincial e da referida empresa”.
O novo hospital provincial da Lunda-Norte, concebido para 350 camas, é constituído por 13 blocos, que vão albergar diferentes serviços hospitalares, com realce para a urologia, oftalmologia, neonatologia, radiologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, medicina geral, Raio X, laboratório de análises clínicas e o centro de aconselhamento e testagem voluntária de VIH/Sida.
O projecto contempla, igualmente, a construção de oito residências para médicos, um parque de estacionamento para mais de 20 viaturas, zonas vedes e espaços de lazer.
A paralisação das obras do hospital provincial, desde Junho de 2009, levou ao desemprego mais de 200 jovens angolanos, que trabalhavam nas diferentes especialidades de construção civil.

Fonte: Jornal de Angola, Foto: Abdelunda

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sona "ilustração" 2




A figura que está em cima é Deus, à esquerda está o Sol, à direita está a Lua e em baixo está um ser humano. A linha reta que está ao centro representa o caminho para Deus. (segundo Mário Fontinha, 1983)

Quando o Sol morreu, os seus familiares foram ter com Deus. Foram recebidos por Samuto, o porteiro de Deus, que lhes disse: «Embrulhai o Sol num pano vermelho e colocai-o numa árvore». Eles assim fizeram. Na manhã seguinte, eles ficaram muito felizes por ver o Sol a brilhar novamente.

O mesmo aconteceu com a Lua. Desta vez, Samuto aconselhou aos seus parentes que a colocassem barro preto num pano branco, a envolvessem com este e a pusessem numa árvore. Assim fizeram e nessa mesma noite a Lua voltou a brilhar

Quando o chefe de uma aldeia morreu, os habitantes também foram até Deus. No entanto, estes foram muito arrogantes e exigiram a Samuto, fazendo-lhe ameaças, que os levasse até Deus. Deus mandou-os de volta, dizendo-lhes: «Fazei uma padiola e levai o vosso chefe para um buraco que abrireis no mato, onde ele irá descansar. Depois devereis comemorar a sua morte durante cinco dias! A seguir devereis esperar até que o vosso chefe se levante novamente!»

Eles esperaram em vão, evidentemente. Foi assim que a morte veio ao mundo.

Sona "ilustração" 1






Sona em artes Plasticas





A figura que está em cima é Deus, à esquerda está o Sol, à direita está a Lua e em baixo está um ser humano. Este lusona representa o caminho para Deus.

Um dia, o Sol foi visitar Deus. Deus deu um galo ao Sol e disse: «Volta cá amanhã de manhã antes de partires». No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou o Sol. Quando o Sol se apresentou diante de Deus, este disse-lhe: «Tu não comeste o galo que te dei para o jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar todos os dias.» É por isso que o Sol dá a volta à Terra e reaparece todas as manhãs.

A Lua também foi visitar Deus e recebeu um galo de presente. No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou a Lua. Mais uma vez, Deus disse: «Tu não comeste o galo que te dei para o jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar a cada vinte e oito dias.» É por isso que o ciclo da Lua dura vinte e oito dias.

O ser humano também foi visitar Deus e recebeu um galo de presente. Mas o humano estava com fome depois de ter feito uma tão longa viagem e comeu parte do galo ao jantar. Na manhã seguinte, o Sol já ia alto no céu quando o humano acordou, comeu o resto do galo e apressou-se a visitar Deus. Deus disse-lhe: «Eu não ouvi o galo cantar esta manhã.» O humano respondeu-lhe a medo: «Eu estava com fome e comi-o.» «Está bem,» disse Deus, «mas escuta: tu sabes que o Sol e a Lua estiveram aqui, mas nenhum deles matou o galo que lhes dei. É por isso que eles nunca morrem. Mas tu mataste o teu, e por isso deves também morrer. Mas quando morreres deves regressar aqui.»

E assim acontece.




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Yipepela “filtro de amor”




O etnógrafo português José Redinha, que viveu longos anos entre os Tchokwe, disse que, por vezes se desencadeiam paixões. Prova disso é um filho “filtro de amor”, do qual anotou-se a composição que foi dado na altura da descrição de um tamborete recolhido no sul do distrito da Lunda. Entre as carótides que ornamentam os pés deste está representada uma mwana cimbinda, mulher com um só olho, um seio e um braço. Esta malformação congénita provém do facto da sua mãe ter preparado um filtro yipepela para conquistar (hanga amuzange) o homem amava e o ter colocado na palha do telhado da casa dele. Para fazer isto, a mulher foi para a savana e penetrou na cabana em mutenji onde são conservadas as mascara, local que era estritamente proibido. Aí cortou com uma faca um pedaço de um fragmento (lupelo) de cegonha nange, depequeno pássaro da savana tchiselele, de pangolim lukaka, de sanguessuga nzambo (pela sua forte aderência) e de um animal kaginga meya que não conseguimos identificar. Tudo isto foi misturado com argila vermelha mukundo, a mistura foi posta a cozer com óleo numa pequena caçarola de terra (yimbia), e depois colocada no fundo de uma cabaça (lembu) que a apaixonada colocou no local desejado. Quando o proprietário da mascara (mukishi) se a percebeu do que havia sido feito ao seu trajo, amaldiçoou (mashingana) o sacrilégio. Foi assim que a culpada deu à luz uma mwana cimbinda disforme.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Os Tchokwe são polígamos. O seu primeiro casamento é normalmente arranjado pelas famílias (assoko) que unem de preferência primos cruzados. O "preço da noiva" (cihako) é mínimo. Antigamente, era uma enxada, um prato, um bocado de pano ou outras pequenas coisas. A primeira esposa guarda durante toda sua vida o estatuto de esposa principal. Ela assume preponderância sobre as e conhece todos os segredos do seu marido. Ajuda-o na celebração dos ritos religiosos.

Assim, a esposa principal de um chefe de região (mwanangana), denominado namata ou mwata mwari, que não tivesse a seu cargo nenhum trabalho material, participava nas cerimónias de investidura. Estas acabavam pelo acasalamento ritual dos esposos, assegurando desta forma a chefatura a fecundidade de todo o género (filhos, colheitas, caça).

Numa casa, o leito conjugal está habitualmente virado para leste. A mulher dorme à esquerda do homem. É considerado de muita má sorte a mulher sair da cama, passando por cima do marido. Ela sai sempre pelo fundo da cama, para ir acender o fogo que arde em casa ou ocupa-se das suas tarefas diárias.No cesto de adivinhação, (ngombo ya cisuko), microcosmo da vida dos Tchokwe, encontra-se, sessenta objectos que este comporta, a figura (umbate) representação

Do coito, que simboliza o casamento. As relações sexuais são vistas por este povo como uma dança, aprendida pelas adolescentes na altura dos ritos de iniciação. Referimos que a posição ideal dos esposos era deitados de lado. Mas claro que conhecem outras, como sugerem algumas esculturas que ornamentam as cadeiras.Uma vez que casamento (kumbata pwo) é arranjado pelas famílias, entre primos cruzados, os noivos conhecem-se, em princípio, desde há muito tempo. São excluídas as uniões entre primos paralelos, filhos de dois irmãos ou de duas irmãs; são igualmente permitidas, e mesmo desejadas, as uniões entre musonhy, filho do irmão da mãe ou filha da irmã do pai e vice-versa. Vimos que, aquando das primeiras relações sexuais, os recém-casados devem ficar satisfeitos um com o outro.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lundas e Tchokwes

Há muitos séculos atrás tinham sido um povo só. Lundas e tchokwes saíram do mesmo núcleo, a grande diferença é que os Lunda ficam no seu território desde sempre, os tchocwe transformam-se num grupo de extrema mobilidade que a partir do século XVI percorre todo o país. São essencialmente caçadores e comerciantes saindo, por isso, em busca de marfim borracha, etc. Essa extrema mobilidade não lhes permite desenvolver estruturas políticas tão pesadas como era a hierarquia da Mussumba, por isso fazem aquilo que se chama a diáspora Tchokue, inflectem para o sul, dividem os Nganguela ao meio. Angola tem Tchokwe em todo o território. No final do século XIX os Tchokwe regressam ao seu território de origem, tomam, militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas instituições. As duas realidades Tchokwe no século XIX misturam-se outra vez. A invasão Tchokue é coincidente com a conferência de Berlim, e o traçar das fronteiras em África leva a que do lado de Angola fiquem misturados Lundas e Tchokwes, mas a Mussumba do Matchiamvua que era a sede do poder Lunda fica do lado do Zaire por imperativos da conferência de Berlim.

http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/pepetela/tchokwes.html