Lunda Tchokwe

Os Tchokwe / Chokwe desfrutam de uma admirável tradição de esculpir máscaras, esculturas e outras figuras. A sua arte inventiva e dinâmica, é representativa das várias facetas inerentes a sua vida comunitária, dos seus contos míticos e dos seus preceitos filosóficos. As suas peças de arte gozam de um papel predominante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem para a fase adulta, a celebração de uma colheita nova ou ainda o início da estação de caça. O nome Tshokwe apresenta algumas variantes (Tchokwe, Chokwe, Batshioko, Cokwe) e, entre os portugueses, ficaram conhecidos por Quiocos . "Nesta pagina podemos usar qualquer variante do nome Tshokwe (acima referido)"

Menu

Tradutor/Translation

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Yipepela “filtro de amor”




O etnógrafo português José Redinha, que viveu longos anos entre os Tchokwe, disse que, por vezes se desencadeiam paixões. Prova disso é um filho “filtro de amor”, do qual anotou-se a composição que foi dado na altura da descrição de um tamborete recolhido no sul do distrito da Lunda. Entre as carótides que ornamentam os pés deste está representada uma mwana cimbinda, mulher com um só olho, um seio e um braço. Esta malformação congénita provém do facto da sua mãe ter preparado um filtro yipepela para conquistar (hanga amuzange) o homem amava e o ter colocado na palha do telhado da casa dele. Para fazer isto, a mulher foi para a savana e penetrou na cabana em mutenji onde são conservadas as mascara, local que era estritamente proibido. Aí cortou com uma faca um pedaço de um fragmento (lupelo) de cegonha nange, depequeno pássaro da savana tchiselele, de pangolim lukaka, de sanguessuga nzambo (pela sua forte aderência) e de um animal kaginga meya que não conseguimos identificar. Tudo isto foi misturado com argila vermelha mukundo, a mistura foi posta a cozer com óleo numa pequena caçarola de terra (yimbia), e depois colocada no fundo de uma cabaça (lembu) que a apaixonada colocou no local desejado. Quando o proprietário da mascara (mukishi) se a percebeu do que havia sido feito ao seu trajo, amaldiçoou (mashingana) o sacrilégio. Foi assim que a culpada deu à luz uma mwana cimbinda disforme.

Sem comentários: